Versão 1.1 (atualizado em 22/02/2023)
O objetivo desta postagem é expor algumas possibilidades que podem sanar o problema do vidro do opala com acionamento elétrico que "sofre" para subir ou mesmo descer, induzindo a sensação de que o motor do conjunto levantador elétrico de vidro está no fim da vida.
O Chevrolet opala passou a ser equipado de fábrica com vidros elétricos a partir de 1985 nas versões não básicas. E estes vidros elétricos, como todo mecanismo, estão sujeitos a defeitos e desgastes em suas peças móveis.
Uma das causas possíveis de movimentação difícil do vidro elétrico pode estar nas “pestanas” – revestimento das canaletas por onde o vidro desliza. Porém, para esta postagem, estou assumindo que o problema está no levantador elétrico do vidro. Não será abordada a instalação/retirada do mecanismo da máquina do vidro, adaptação usando motores mais modernos (os tão comuns mabuchi) ou mesmo eventual regulagem dentro da porta.
Não sei se atualmente é economicamente viável este tipo de manutenção no conjunto elétrico levantador de vidros do opala, não necessariamente pelo preço dos componentes originais (que têm subido de preço desproporcionalmente), mas pelo fato de existirem levantadores elétricos alternativos que usam o já mencionado motor “mabuchi” e que estão no mercado com preços bastante convidativos. São exatamente estes preços que ameaçam a viabilidade econômica de conserto especificamente do motor elétrico do vidro.
Antes de tudo, será esclarecido um detalhe na nomenclatura que será adotada. Fazer-se-á uma diferenciação entre a parte do mecanismo e a parte elétrica. O mecanismo, mostrado na foto 1, será chamado de "máquina do vidro" e a parte relacionada à elétrica para levantar o vidro, mostrada na foto 2, será chamada de "motor do vidro elétrico". É claro que o vidro em si não é elétrico, mas sim, o levantador do vidro. Sem querer ser chato com detalhes semânticos, este é apenas um aviso de que doravante será mencionado "motor do vidro elétrico" ao invés da forma correta "motor do levantador elétrico do vidro". Além disso, quando o texto se referir à "máquina do vidro" conjuntamente com o "motor do vidro elétrico", será mencionado "conjunto levantador do vidro".
Foto 1: a máquina de vidro do sedan (traseira - foto da internet).
Foto 2: o motor do vidro elétrico do opala (foto da internet).
Os motores dos vidros elétricos do opala eram originalmente de fábrica da marca CARTO, a mesma metalúrgica que fazia as travas elétricas. Quatro conjuntos dos vidros elétricos podem ser vistos na foto 3: dois dianteiros e dois traseiros. Os dois que têm suporte maior, são das portas traseiras e os dois que têm suporte menor são das portas dianteiras.
Foto 3: quatro conjuntos de vidro elétrico de opala (foto da internet).
Em cada porta, um motor tracionava uma máquina de vidro de roldana que tracionava um cabo de aço que por usa vez movimentava um suporte metálico na parte inferior do vidro propriamente dito. Falando exclusivamente de opala, a máquina do vidro com acionamento elétrico era diferente da máquina dos sistemas manuais (de alavanca) de movimentação dos vidros, assim como o suporte da máquina de vidro elétrico das portas dianteiras é diferente do suporte nas portas traseiras no sedan e os lados não podem ser intercambiados entre direito e esquerdo no tocante aos conjuntos levantadores de vidro (porém, os motores podem ser intercambiados dentro de um mesmo lado entre as portas dianteiras e as traseiras).
Também é importante avisar que para os diplomatas e comodoros 91 a 92, cujo vidro dianteiro é sem quebra-vento/ventarola, as máquinas de vidro dianteiras são diferentes. Não sei exatamente o que muda: se são os pontos de fixação na porta, o comprimento dos cabos de aço, etc..., pois nunca tive em mãos ambos os modelos desmontados para comparação.
Para iniciar a investigação de problemas no vidro elétrico, uma vez que o conjunto já foi removido de dentro da porta, é necessário primeiramente separar a máquina do vidro do motor do vidro. Para tal, solta-se as três porcas indicadas na foto 4.
Foto 4: soltando as três porcas para separar o motor e a máquina de vidro.
Provavelmente será necessário o uso de uma alavanca para separar o conjunto (foto 5).
Foto 5: alavancando para separar as peças.
Retire o adaptador puxando-o (foto 6) e guarde-o para o momento da limpeza das peças em solvente.
Foto 6: o adaptador, circulado em vermelho.
Adiantando o assunto a título de informação, a máquina do vidro é uma abordagem à parte. Em alguns casos de dificuldade de subida do vidro a origem do problema pode estar na máquina. Seu cabo de aço pode dobrar ou enroscar dentro da roldana da máquina. A roldana possui canaletes por onde passa este cabo e o acionamento do motor do vidro sem que ele esteja esticado tanto na entrada quanto na saída da roldana, geralmente faz com que se enrosque dentro do casulo da roldana (foto 7).
Foto 7: o casulo da roldana da máquina de vidro (foto da internet).
Portanto, resista à tentação de testar o motor do vidro elétrico com a máquina atrelada a ele quando o conjunto estiver fora da porta. Primeiro separe a máquina do motor! Mais adiante será mostrada a forma de testar a eventual resistência excessiva ao giro na máquina de vidro estando ela fora da porta.
O motor do vidro elétrico:
Separada a máquina, experimente ligar os fios do motor em uma fonte de 12Vdc. É aconselhável prender o motor na morsa durante o teste para evitar o tranco do acionamento caso o motor esteja girando livre e solto (neste caso o problema estaria na máquina do vidro - no cabo de aço enroscado na roldana ou mesmo simples excesso de sujeira no interior do casulo da roldana).
Se o motor do vidro elétrico girou com dificuldade ou não deu sinal de vida ao ser energizado com 12Vdc será necessário desmontá-lo. Não mantenha o motor energizado por mais do que 3 segundos caso ele não dê sinal de vida ou gire com dificuldade. Lembre-se de que energizado diretamente em uma bateria já não há mais a proteção do disjuntor térmico no chicote que ficou lá na parte elétrica do carro. Mesmo havendo outro disjuntor térmico dentro do motor, não convém abusar dos dispositivos de proteção.
A parte plástica preta do motor nada mais é do que um invólucro, um encapsulamento cujo objetivo é imunizar o corpo do motor propriamente dito (a parte que abriga o induzido e o estator) contra a ferrugem, tão presente e crônica nas portas do opala por causa do ambiente interno frequentemente úmido. Este invólucro protege a carcaça metálica galvanizada e precisa ser removido em primeiro lugar. Para removê-lo, é preciso arrancar vagarosamente um famigerado vedante usando uma chave de fenda como talhadeira. Tome cuidado para não quebrar as bordas do invólucro plástico preto, pois dificultará a futura vedação no final do processo de fechamento.
Vídeo 1: removendo o vedante com uma chave de fenda.
É provável que se encontre massa de calafetar como vedante ou outros materiais em motores que já tenham sofrido intervenção. Particularmente, já encontrei silicone, massa de calafetar, uma resina branca dura e também uma resina preta de dureza intermediária entre o silicone e massa plástica de funilaria. Acredito que o vedante original da fábrica fosse a resina branca e dura, pois encontrei-a em todos os motores que mexi, inclusive vestígios dela naqueles motores já mexidos, onde havia outro tipo de vedante.
Por fim, prende-se a periferia da caixa de engrenagens em uma morsa e o invólucro preto de plástico sai quando puxado com as mãos. Ele pode oferecer bastante resistência, mas sai com alguma persistência.
Vídeo 2: retirando o invólucro da carcaça do motor.
Neste momento é possível ver, atrelado a um dos fios um dispositivo de proteção elétrica do motor, um disjuntor térmico encapsulado em um invólucro plástico preto imunizando-o também contra a umidade presente no interior da porta.
Vídeo 3: o motor, seu encapsulamento e o disjuntor térmico com o respectivo encapsulamento.
A caixa de engrenagens:
O próximo passo é soltar o parafuso indicado na foto 8 e arrancar os rebites na periferia da tampa da caixa de engrenagens, indicados na foto 9. Os rebites podem ser removidos com uma chave de fenda ou talhadeira puncionados com um martelo ou ainda com a furadeira.
Foto 8: soltar o parafuso.
Foto 9: remover os rebites.
Vídeo 4: removendo os rebites.
Sem os rebites, a tampa sai. Cuidado para não a empenar!
Um dos motivos da perda de força ou travamento do motor elétrico é o ressecamento da graxa ao longo dos anos, se transformando em uma pasta quase sólida. Não é o caso deste motor. Mesmo assim, é necessário limpar totalmente essa graxa velha e para tal é imprescindível a retirada do induzido, sempre tomando cuidado para que os enrolamentos deste NÃO entrem em contato com solventes na hora da limpeza. De qualquer forma, se o motor não está funcionando a contento ou mesmo não dá sinal de vida, a retirada do induzido precisa ser levada a cabo do mesmo jeito para escrutínio na busca da origem do problema.
O eixo do induzido é munido de um sem-fim em uma das extremidades, responsável pelo giro da engrenagem plástica cilíndrica de dentes helicoidais dentro da caixa de engrenagens e que também precisa ser limpo.
Portanto, remova as peças plásticas brancas e as arruelas de calço (vídeo 5).
Vídeo 5: desmontando as peças internas da caixa de engrenagens.
Inspecione os dentes da engrenagem branca (a última que foi retirada no vídeo 5). Se houver qualquer dente danificado, deve ser substituída. O engrenamento por sem-fim não admite dentes quebrados. Esta engrenagem, atualmente, pode ser encontrada no mercadolivre.
Com uma chave Philips, solte os dois parafusos mostrados no vídeo 6.
Vídeo 6: abrindo a carcaça do motor.
Cuidado para não perder as plaquinhas metálicas onde os parafusos são aparafusados, pois elas podem cair. Portanto, faça sobre uma bancada. Tentei puxá-las com um imã após soltar o parafuso, mas estavam rebeldes.
Agora é possível separar o corpo do motor propriamente dito e a caixa de engrenagens meramente puxando (como no vídeo 6).
Puxe o retentor labial para fora do induzido (vídeo 6) e puxe também o induzido para fora da carcaça do estator pegando-o pelo sem-fim. O induzido, o rolamento e o porta escovas sairão (vídeo 7).
Vídeo 7: retirando o induzido e o anel elástico do rolamento 608.
No eixo do induzido, vê-se que há dois anéis elásticos fixando um rolamento 608 blindado. O anel mais próximo do sem-fim deve ser sacado (com alicate próprio para este fim) para que o rolamento 608 blindado possa ser removido (já mostrado no vídeo 7). O ideal é colocar o induzido na morsa de bancada para sacar o anel elástico e evitar ferimentos nas mãos...
Inspecione visualmente os enrolamentos do induzido. Se estiverem enegrecidos (mesmo que parcialmente) e/ou houver fio visualmente partido, o induzido está estragado. Este não é o primeiro conjunto levantador de vidros que foi desmontado por mim para conserto, mas é o primeiro no qual o induzido estava arruinado, conforme pode ser visto nas fotos 10 e 11.
Foto 10: induzido com enrolamentos arruinados.
Foto 11: o mesmo da foto 10, mais de perto.
Foto 12: o mesmo das fotos 10 e 11, de outro ângulo.
É possível recuperá-lo rebobinando seus enrolamentos com cobre esmaltado novo. Mas aqui em Porto Alegre, quem sei que faz este serviço cobra tão caro que não é economicamente viável. Além disso, este motor sofreu um superaquecimento tão forte que, além de queimar o verniz do enrolamento, o fio do enrolamento se partiu e as escovas colaram no porta-escovas, como pode ser visto pelo enegrecimento do plástico do porta-escovas ao redor das próprias escovas nas fotos 13 e 14.
Foto 13: o porta-escovas danificado.
Foto 14: o porta-escovas danificado, de outro ângulo.
A recuperação deste conjunto parou por aqui. Cheguei a gravar em vídeo a retirada do anel elástico (vídeo 7), porém, depois desta etapa, continuo a recuperação do mesmo ponto com um outro motor.
O rolamento 608 não deve ser banhado em solvente caso venha a ser reaproveitado, entretanto recomendo sua sumária substituição. Ele é barato e, pela idade, já deve estar com sua graxa seca. É minha opinião de que não vale a pena reaproveitá-lo porque o motor será novamente vedado ao término da manutenção e assim permanecerá por muitos anos antes de nova intervenção. Se você quer garantir o funcionamento silencioso dos vidros, melhor colocar um rolamento novo e que não seja de marca chinesa, klingon, atlante, etc... Não invente e não economize neste item. No momento em que este texto está sendo escrito, os rolamentos chineses ainda não atingiram a qualidade/confiabilidade/durabilidade dos rolamentos nacionais, americanos ou japoneses.
O segundo anel elástico no eixo do induzido não precisa ser removido, a não ser que o induzido esteja com os enrolamentos defeituosos e haja a intenção de rebobiná-lo.
Removido o rolamento, retire o porta-escovas passando-o pelo sem-fim.
Mergulhe a ponta do induzido onde fica o sem-fim em rás e passe um pincel apenas na região do sem-fim, removendo a graxa velha. De forma nenhuma a parte que contém os enrolamentos deve entrar em contato com o solvente. Inspecione se algum pangaré danificou o fuso do sem-fim com mordentes de alicate. Se houver dano significativo na região que toca na engrenagem branca, o sem-fim danificará esta engrenagem plástica branca. Neste caso, o eixo do induzido está comprometido e, a não ser que você tenha outro para substituição, todo o motor estará condenado.
Na foto 15, a carcaça do motor que contém os imãs do estator, a carcaça das engrenagens, os anéis espaçadores bem como as engrenagens plásticas podem e devem ser mergulhadas no rás para lavagem (não use água para lavar a parte da carcaça que contém os imãs do estator). Se o rás ficar muito contaminado, dê novo banho com rás limpo na carcaça do estator, pois não podem ficar contaminantes abrasivos no mancal que fica no fundo da carcaça. Os imãs permanentes que constituem o estator até podem ser removidos para limpeza, bastando puxar as duas molas que ficam entre eles na parede interna da carcaça, mas para este tipo de motor eu não recomendo. Além do risco de deixar cair estes imãs, a recolocação no lugar é uma tarefa bem chata de se levar a cabo porque a extremidade oposta da carcaça é fechada.
As peças de borracha como o vedador labial e o disco preto adaptador (9, na foto 15) devem ser lavados preferencialmente em água com sabão para remoção dos vestígios de graxa velha (se houver).
Foto 15: lavar em rás a carcaça da caixa de engrenagem (1), o encapsulamento plástico do estator (2), a carcaça do estator (3), as engrenagens plásticas (4) e (5), os anéis de calço (6), o adaptador (7) e a tampa da carcaça da caixa de engrenagens (8 ). O disco preto adaptador (9) e o vedador labial (não mostrado na foto) devem ser preferencialmente lavados em água com sabão neutro.
Prenda o induzido no mandril de uma furadeira pela sua ponta mais próxima dos enrolamentos e sem fazer aperto nas castanhas que possa marcar o eixo. Fazendo-o girar a baixa velocidade, passe uma lixa de limpeza de contatos (lixa com o grânulo mais fino que existe) no coletor até que a sujeira das escovas desapareça da superfície dos contatos:
Vídeo 8: lixando o coletor do induzido.
Se as escovas forem trocadas e a superfície dos contatos do coletor apresentarem estrias significativas provocadas pelo jogo de escovas anterior, comece o processo com uma lixa de grânulo levemente maior até que as marcas das escovas anteriores desapareçam (neste caso, o ideal seria levar em um torneiro para retífica do coletor através de um passe de usinagem). Então, use a lixa mais fina para deixar a superfície dos contatos do coletor o mais lisa que puder, o que diminuirá o fagulhamento no contato escova-coletor durante o funcionamento do motor. Menos fagulhamento, menos chance de queimar o induzido.
Agora, passe uma lâmina nos interstícios dos contatos do coletor para remover sedimentos que tenham eventualmente ali se depositado e que possam provocar curto-circuito entre os contatos:
Vídeo 9: removendo sedimentos entre os contatos do coletor.
Os testes elétricos do induzido são simples e parecidos com os testes empregados em rotor de alternador. Com o multímetro em modo de continuidade ou bipe, teste a continuidade entre os terminais do coletor (deve haver continuidade) e depois entre um dos terminais do coletor e o eixo metálico do induzido (não pode haver continuidade). Se o induzido não passou no teste do multímetro, precisa ser rebobinado... o mesmo remédio de que necessita o induzido das fotos 10, 11 e 12. Observação: de nada adianta o coletor passar nos testes do multímetro se seus enrolamentos estiverem enegrecidos, denunciando queima do esmalte do fio de cobre, pois mesmo que o motor ainda funcione, o induzido entrará em curto em pouco tempo.
Vídeo 10: testando o induzido no multímetro.
O porta escovas:
Verifique o comprimento das escovas. Escovas gastas fazem o funcionamento do motor ficar intermitente, pois ficam muito curtas e as molas que as pressionam contra o coletor não cumprem sua função nesta condição. Uma das máquinas que abri para conserto estava com funcionamento intermitente e aleatório por causa do desgaste das escovas. Suas escovas estavam com 4,2mm de comprimento, o que já provocava falha intermitente no funcionamento do motor. Isto sugere que este comprimento é o fim da vida destas escovas e esta medida pode ser usada como parâmetro de descarte do componente.
Foto 16: o limite de comprimento das escovas para este motor.
As escovas não foram encontradas à venda em Porto Alegre, então tive de adaptar. Mas se alguém julgar economicamente viável comprá-las prontas, poderá obtê-las aqui: https://www.cisel.com.br/819-4-escovas-de-carvao-levantador-de-vidro-carto. Ou, ainda, aqui: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1339696172-porta-escova-vidro-eletrica-mabuchi-uso-geral-_JM.
Comprei um jogo de escovas qualquer em uma autopeças aqui perto e redimensionei-as lixando sobre uma folha de lixa colocada sobre uma superfície lisa até que ficassem com 4 x 4 mm de seção. Já o comprimento não pode ser maior do que 8mm, pois a partir desta medida, podem escapar das molas. As escovas que usei na adaptação não são a melhor alternativa por serem enormes. Provavelmente um jogo de escovas de algum eletrodoméstico ou furadeira dê menos trabalho para adaptar, por ter dimensões mais próximas das escovas originais. Mas se decidir comprar escovas para redimensionar, é mandatório escolher um jogo cujas cordoalhas sejam fininhas e saiam pela lateral da escova e não pelo topo.
Outro motor de vidro que abri ainda tinha escovas com vida útil pela frente, conforme pode ser constatado nas fotos 17 e 18:
Foto 17: o porta-escovas com escovas ainda aproveitáveis.
Foto 18: medindo as escovas para determinar ou não sua substituição.
Não recomendo a troca do jogo de escovas a não ser que esteja com menos de 4,5mm. Se for na porta do motorista, não recomendo a troca a não ser que esteja com menos de 5mm.
Se for constatada a necessidade de trocar as escovas, para instalar o novo jogo é preciso dessoldar o anterior.
Prenda o porta escovas na morsa (ou outro suporte disponível) sem apertar em excesso – lembre-se de que ele é de plástico - e com um ferro de solda (e sugador de solda se achar necessário), dessolde as escovas velhas e os fios do motor. Lembrando mais uma vez: o porta-escovas é de plástico e o processo exige perícia, já que depositar calor excessivo pode deteriorar o plástico do porta-escovas e ARRUINAR de vez o motor INTEIRO porque ele não funciona sem esta peça. Então, não se acanhe e leve o porta-escovas até uma eletrônica para que um profissional faça esta parte caso você não tenha a habilidade requerida. Em último caso e se você achar que é economicamente viável, pode comprar novo porta-escovas aqui: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1183927522-porta-esc-motor-vidro-eletrico-mt-carto-mabuchi-12v-_JM. Este componente também é fabricado pela sulcarbon: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1339696172-porta-escova-vidro-eletrica-mabuchi-uso-geral-_JM. Seus dados pertinentes para procura são mostrados no diagrama 1, retirado do catálogo de produtos da empresa.
Diagrama 1: o porta-escovas fabricado pela sulcarbon.
Caso as escovas a serem instaladas sejam as adaptadas com o redimensionamento na lixa, antes de instalá-las, lave-as em água e sabão junto com o porta-escovas, principalmente as cordoalhas de cobre das escovas, pois o pó do grafite dificulta a solda com estanho.
No vídeo 11a, é mostrado o procedimento de remoção do fio verde de alimentação no porta-escovas. A respectiva nova escova já está posicionada no porta-escovas à espera da ligação de sua cordoalha. Neste mesmo vídeo, também é retirado o resíduo da cordoalha da antiga escova.
Vídeo 11a: preparando o porta escovas para receber a nova escova do fio verde (*).
No vídeo 11b, a mesma coisa para o fio preto, com a nova escova já no seu alojamento:
Vídeo 11b: o mesmo para a escova do fio preto (*).
Corte o excesso de cordoalha nas escovas novas e solde as cordoalhas das novas escovas junto com seus respectivos fios de alimentação do motor (vídeo 11c), prestando atenção nos fios que serão soldados em cada ilhós do porta-escovas, já que eles não são intercambiáveis de posição por causa de seus comprimentos diferentes e pela localização de sua saída da carcaça do motor.
Vídeo 11c: ligando a cordoalha da nova escova com o fio de alimentação preto (*) e cortando o excesso.
Vídeo 11d: ligando a cordoalha da nova escova com o fio de alimentação verde (*) e cortando o excesso.
Não deixe as cordoalhas sobrando, pois não há espaço dentro do motor. Se elas encostarem em partes metálicas da carcaça, será o fim dos enrolamentos do induzido.
Mais uma vez: se as escovas não estiverem em fim de vida, toda a etapa anterior DEVE ser dispensada, pois como já mencionado, exige alguma perícia.
Caso tenha substituído as escovas, verifique como mostrado na foto 19 se as escovas não ficaram excessivamente compridas (as molas devem ser capazes de empurrá-las contra a superfície do coletor) bem como se as cordoalhas não ficaram sobrando (não devem tocar nas paredes metálicas internas da carcaça do motor ou quaisquer outras partes metálicas).
Foto 19: conferindo as escovas com as cordoalhas que foram instaladas no porta-escovas.
A remontagem:
A partir de agora, o processo é de mera lubrificação e remontagem.
Originalmente era usada uma graxa marrom na caixa de engrenagens, provavelmente à base de sabão de lítio. Eu usei graxa branca também à base de sabão de lítio, que sei que não ataca o plástico das engrenagens, pois desconheço que tipo de plástico é este e sei que alguns plásticos sofrem derretimento em contato com algumas graxas. Fique à vontade para usar outra graxa, mas não use graxas muito viscosas.
Passe um pouquinho de graxa na extremidade do induzido mais próxima dos enrolamentos (que vai apoiar no mancal no fundo da carcaça) e coloque-o dentro do estator. Passe o porta-escovas pelo eixo do induzido e encaixe-o ao redor do coletor recuando as escovas, ao mesmo tempo em que ele encaixa no topo da carcaça do estator. Passe uma película quase invisível de graxa nos dois lados do rolamento 608 blindado, apenas para engordurá-lo um pouco o isolando da atmosfera úmida dentro da porta para o caso de eventual infiltração de umidade dentro do motor. Introduza-o no eixo do induzido e em seguida recoloque o anel elástico.
Vídeo 12: o processo descrito no parágrafo acima (peço desculpas pelo enquadramento ruim!).
Passe um pouco da graxa no eixo do induzido, da ponta até chegar no anel elástico e passe o vedador labial de borracha pelo referido eixo, observando que o lábio central deve ficar voltado para o lado do sem-fim.
Vídeo 13: instalando o vedador labial.
Una a carcaça do motor com a caixa de engrenagens introduzindo a ponta do induzido no seu alojamento. Passe graxa nos dentes da engrenagem branca cilíndrica de dentes helicoidais (item 5, foto 15) e posicione-a na caixa. Subsequentemente, coloque o adaptador de borracha e depois o disco branco.
Posicione o outro anel espaçador (previamente lubrificado com graxa) em cima do disco plástico e feche provisoriamente com a tampa da caixa de engrenagens fazendo uso de um elástico.
Vídeo 14: lubrificando e montando a caixa de engrenagens (mais um vídeo com enquadramento ruim...).
Vídeo 15: fechando provisoriamente com um elástico.
Agora, vire o motor deixando a caixa de engrenagens para baixo e coloque as plaquinhas metálicas nas cavidades mostradas no vídeo 16, os parafusos e aparafuse prendendo novamente o corpo do motor na caixa de engrenagens.
Vídeo 16: aparafusando o motor na caixa de engrenagens.
É hora de testar o funcionamento do motor. Energize em 12Vdc e confira o seu giro silencioso e fácil. Bom, não tão silencioso assim, mas dentro da porta ele soará silencioso. Faça para ambos sentidos de giro, invertendo a polaridade da ligação elétrica. Se o giro não ocorrer, há algo de errado na montagem das engrenagens, nos enrolamentos do induzido ou no casamento/contato das escovas com o coletor. Revise estes pontos.
Vídeo 17: testando o motor na bancada.
Se o motor funcionou sem dificuldade, o próximo procedimento é fechar definitivamente a tampa da caixa de engrenagens. Faça uma junta nova com papelão hidráulico usando a tampa como gabarito ou a junta anterior, caso ela tenha saído inteira (não reaproveite a junta velha no motor, sob pena de intensa infiltração de água e sujeira).
Foto 20: fazendo nova junta para a caixa de engrenagens.
Caso uma furadeira de bancada esteja disponível, será possível perfurar em cima dos resíduos dos rebites originais que estavam na periferia da caixa de engrenagens para alojar novos rebites. Uma alternativa seria aplicar rebites ou parafusosusando os furos pré-existentes próximos dos rebites originais que foram arrancados anteriormente, tornando-os passantes com o uso de uma furadeira manual.
Se forem usados rebites de repuxo (também conhecidos como POP), selecione rebites cujo corpo seja mais comprido do que o furo passante. Em outras palavras, a cabeça do eixo do rebite deve sair no outro lado do furo e o diâmetro do rebite deve ser tal que ele entre com a menor folga possível no diâmetro do furo. Se forem usados parafusos, selecione parafusos preferencialmente de cabeça Philips, cujo comprimento atinja o outro lado do furo e que apenas os filetes de rosca excedam o diâmetro do furo. Desse modo, o parafuso entrará fazendo uma rosca no furo. Se houver disponibilidade de um macho para fazer previamente a rosca, melhor... mas não selecione parafusos muito compridos para que não interfiram no encaixe entre o motor e a máquina de vidro.
Eu optei por furar com furadeira os furos pré-existentes e usar parafusos. Entretanto, no mukynpho onde compro estavam em falta dos parafusos adequados e tive que levar parafusos mais compridos e serrá-los.
Foto 21: parafusos excessivamente compridos.
Foto 22: parafusos excessivamente compridos, outro ângulo.
Foto 23: adequando os parafusos à necessidade.
Foto 23a: o resultado final do fechamento com parafusos.
Após o fechamento da tampa com junta nova e com os parafusos no aperto final, confira mais uma vez se o motor gira com facilidade quando energizado em 12Vdc.
Vídeo 18: último teste do motor.
Estando Ok, opcionalmente passe uma película de graxa na superfície externa da carcaça do estator para protegê-la da umidade e facilitar a recolocação do invólucro de plástico preto do estator. Porém, não engordure de graxa a parte que receberá o vedante (massa de calafetar ou silicone).
Vídeo 19: engraxando e recolocando o invólucro do estator.
Colocado o invólucro plástico, faça a vedação definitiva do motor do vidro elétrico com silicone, conforme mostrado no vídeo 20. Também é possível usar massa de calafetar, porém pode haver adesão de sujeira em sua superfície com o tempo, dentro da porta. Mas funciona e é mais fácil de remover em uma futura nova intervenção na peça.
Vídeo 20: vedando definitivamente o motor do vídeo elétrico.
A máquina do vidro:
O vídeo 21 mostra uma forma de testar manualmente a máquina de vidro, separada do motor. Afinal, é necessário saber onde está a resistência excessiva ao movimento do vidro: se está na máquina ou no motor. Este procedimento pode e até deve ser feito logo de início, antes de abrir o motor do vidro elétrico. Mas é indispensável mesmo nos casos em que o problema resida no motor, pois uma máquina de vidro travando vai comprometer o resultado final da movimentação do vidro, mesmo com um motor plenamente saudável.
Vídeo 21: experimentando o esforço para movimentação do cabo de aço da máquina de vidro.
Observe que o cabo de aço é mantido esticado durante todo o acionamento da máquina do vidro, tanto na entrada quanto na saída da roldana. Não é necessário fazer praticamente nenhum esforço para tracionar o cabo de aço com as mãos em quaisquer dos dois sentidos. Se for notado esforço e houver a certeza de que o problema não é cabo de aço enroscado ou dobrado no casulo da roldana, então há sujeira em excesso impedindo o giro da roldana.
Experimente mergulhar o conjunto em água quente (não mais do que 40 graus, para não derreter ou deformar as partes plásticas). Melhor ainda se você estiver disposto a mergulhar a máquina em rás. O problema é que a peça é grande e a quantidade de rás para submergir a roldana é relativamente grande. O ideal seria girar a roldana submersa na água quente (ou no rás), mas isso é praticamente impossível de se fazer mantendo-se simultaneamente o cabo de aço esticado tanto na entrada quanto na saída da roldana sem que se recorra a um ajudante...
Então, ponha na água quente (ou rás), retire e faça o procedimento do vídeo agindo assim sucessivamente até eliminar a resistência da roldana pela expulsão da sujeira.
Se não funcionar, será necessário um procedimento mais radical: destruir os rebites plásticos que prendem o casulo da roldana na máquina do vidro para retirar a roldana de dentro do casulo, desenrolar o cabo de aço e lavar tudo separadamente.
A única maneira que conheço e sei que funciona de remontar o casulo de volta na máquina é com arame, conforme foto 24.
Foto 24: uso de arame para unir o casulo no suporte da máquina de vidro – esta máquina de vidro foi equipada por um cabo de aço revestido por plástico, que foi uma alternativa que usei há vários anos atrás, mas que agora foi substituído em definitivo pelo cabo de aço correto.
O uso de rebites de repuxo (pop) pode quebrar o flange plástico do casulo no momento em que a repuxadeira traciona o rebite (se optar pelos rebites, será por sua conta e risco).
Abri duas máquinas de vidro para troca do cabo de aço e nas duas encontrei muita terra dentro do casulo, travando a roldana. Logo, admita a possibilidade de precisar abrir a máquina de vidro... se for necessário tal procedimento, aproveite a oportunidade e lave o cabo de aço em solvente (rás ou thinner) caso não esteja danificado.
Opcionalmente, antes da montagem, você pode optar por engordurar o cabo com graxa, o que ajuda a protegê-lo da umidade no interior da porta, prolongando sua vida útil. A graxa não prejudica o tracionamento do cabo pela roldana, uma vez que mais ou menos no meio do cabo há uma crimpagem que garante o não escorregamento entre cabo e roldana. Entretanto, ela pode provocar acúmulo de pó, barro e outros contaminantes que vão, com o tempo, se depositar dentro do casulo podendo travar ou oferecer resistência ao movimento do vidro, forçando o motor. Eu não recomendo o uso de graxa no cabo de aço e, apesar de não haver reposição pronta (já crimpada na medida) para estes cabos, é possível fabricar novos cabos caso sofram corrosão por umidade. Já a reposição exclusiva da roldana ou do induzido, é de chance duvidosa e/ou mais cara.
Por fim, após garantir o giro sem dificuldade tanto do motor quanto da máquina do vidro, junte a máquina com o motor sem esquecer do adaptador (foto 6) que faz a interface entre as duas partes e aperte as três porcas que unem o motor à máquina de vidro (foto 4) para que o conjunto possa ser novamente instalado no carro.
Vídeo 22: unindo máquina e motor do vidro elétrico.
Até que o conjunto do vidro elétrico da porta seja instalado totalmente - condição em que o cabo de aço fica esticado -, não energize o motor para evitar o enroscamento do cabo de aço dentro do casulo da roldana.
É possível que o motor não encaixe na máquina de vidro devido ao não casamento do sextavado no furo da caixa de engrenagens com o sextavado do adaptador. Não force para não quebrar nada. Gire alguns graus a roldana dentro do casulo da máquina tracionando com a mão o cabo de aço (sempre esticado conforme o vídeo 21) e experimente de novo. Quando as partes casarem perfeitamente, recoloque as três arruelas de pressão e as três porcas (foto 4) que unem as duas partes e o conjunto do vidro elétrico estará pronto para instalação na porta (vídeo 22).
ATENÇÃO:
Cabos de aço “mastigados” dentro do casulo da máquina de vidro, devido ao acionamento sem o tensionamento adequado: se tal ocorrer, corrija o problema imediatamente. Caso contrário, o cabo de aço “se acomoda” e adquire o aspecto mostrado na foto 25.
Foto 25: cabos de aço que foram mastigados dentro do casulo devido a um enroscamento, necessitando substituição.
Foto 26: idem da foto anterior.
Cabos de aço com este tipo de defeito não devem ser mais usados, pois o mastigamento dos fios do cabo provoca resistência ao giro da roldana dentro do casulo porque o cabo fica dilatado nestes pontos, sem contar o risco de novo enroscamento. É aconselhável substituir o cabo de aço, fazendo novas crimpagens.
Dados informativos (apenas para sedan com vidros elétricos):
- Comprimento do cabo de aço da máquina de vidro da porta dianteira do sedan: 2020mm, com crimpagem nas duas extremidades e uma terceira (foto 27) a 1010mm (na metade do comprimento) a partir de uma das extremidades.
- Comprimento do cabo de aço da máquina de vidro da porta traseira do sedan: 1570mm com crimpagem nas extremidades e outra crimpagem (foto 27) a 642mm a partir de uma das extremidades.
Foto 27: a crimpagem longe das extremidades (vai encaixada em uma cavidade de uma peça plástica que por sua vez é aparafusada no suporte do vidro)
Diâmetro (espessura) dos cabos de aço das máquinas de vidro: 1/16” (1,59mm).
Foto 28: dimensões das crimpagens originais.
Foto 29: dimensões das crimpagens originais.
APÊNDICE:
Caso algum dos cabos de aço tenha sido danificado, é necessário trocar. Conforme já mencionado, um cabo de aço “mastigado” pela máquina de vidro tende a enroscar ou causar maior esforço ao motor.
Encontrei no mercadolivre um kit de reparo para os vidros dianteiros: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1654916712-kit-reparo-maquina-de-vidro-opala-eletrica-leld-_JM. Mas a viabilidade econômica é duvidosa.
Aqui em Porto alegre não achei quem vendesse este cabo na bitola de 1/16”. Só encontrei 3/16” ou maiores. A solução foi recorrer ao mercadolivre (R$40,00 por 10 metros – dezembro 2020).
Foto 30: o cabo de aço comprado no mercadolivre.
Obviamente o produto vem sem crimpagem, por não ser peça de reposição GMB e ter sido comprado a metro.
Há vídeos no youtoba ensinando a “crimpar” cabos de freio de bicicleta e o procedimento é exatamente o mesmo. A única diferença fica por conta de ser necessário algum esmero nas dimensões finais do grampo de crimpagem do procedimento. Na verdade, o que será feito não é exatamente uma “crimpagem”, mas sim uma fundição.
Após fundir chumbo de balanceamento de rodas no cabo de aço, será necessário limar este chumbo para que fique dentro das dimensões mostradas nas fotos 28 e 29, não necessitando ficar com o perfil sextavado da crimpagem original.
O procedimento é simples mas exige cuidado para evitar acidentes. Como detenho desde os 12 anos de idade a tecnologia da falsificação de fichas de fliperama e de telefones públicos (orelhões), não tive percalços e por isso tenho certeza de que o procedimento é acessível para qualquer um.
Primeiramente, corte o cabo de aço novo na medida exata do cabo de aço original da máquina de vidro. Obviamente que o cabo original deve ser previamente removido da máquina, desmontando-se o casulo e a roldana.
Em seguida, “descabele” levemente a ponta do cabo de aço a fim de propiciar melhor travamento do material fundido no cabo de aço (foto 31).
Foto 31: preparando a ponta do cabo de aço. A imagem à esquerda é a ponta do cabo recém cortado e a imagem à direita é a ponta do cabo “descabelada”, já pronta para receber o chumbo.
O próximo passo é fazer o molde. Eu tinha disponível uma durepóxi velha, com prazo de validade vencido. Então optei por usá-la sem misturar os componentes, mantendo-a malhável. Porém, nada impede que se faça a mistura dos componentes para usar um molde já seco/endurecido e pronto, sem esquecer de que é necessário fazer dois moldes de “crimpagem”: o de ponta de cabo e o que fica longe das pontas. Devido às dimensões muito pequenas da crimpagem, é muito importante que a cavidade da fôrma do molde tenha dimensões mínimas para que haja preenchimento do chumbo. Por isso e com medo de que a fôrma pudesse ficar ruim na primeira tentativa, optei por usar a durepóxi mole sem misturar os componentes, o que permite derreter de novo o chumbo e tentar outra vez com aperfeiçoamento da fôrma. Entretanto, meu temor não se justificou e todas as tentativas deram certo de primeira, graças ao know-how adquirido com as fichas telefônicas e de fliperama durante a década de 80.
Vídeo 23: fundindo a “crimpagem” na ponta do cabo de aço.
Foto 32: um dos resultados da “crimpagem”, ainda no molde.
Foto 33: outro resultado da “crimpagem”, ainda no molde.
Foto 34: as “crimpagens” de ponta de cabo ainda rudes, recém retiradas dos seus moldes de durepóxi e sem a geometria final.
A “crimpagem” longe das pontas exige um procedimento adicional. Como não é possível “descabelar” o cabo de aço longe das extremidades, usa-se um alfinete transpassando o cabo de aço transversalmente, cortando o alfinete logo em seguida. Isso é necessário para garantir o “agarramento” do chumbo no cabo de aço.
Foto 35: a fôrma de “crimpagem” longe das extremidades do cabo pronta para receber o chumbo. Note os dois pedacinhos de alfinete que transpassam o cabo de aço a 90 graus um do outro.
Vídeo 24: fazendo a “crimpagem” longe das extremidades do cabo de aço.
Vídeo 25: fazendo outra “crimpagem” (em outro cabo) longe das extremidades do cabo de aço.
Com as três “crimpagens” prontas em um cabo e com o uso de uma lima chata (para metais), desbasta-se as faces do chumbo fundido até que caiba na cavidade plástica onde será colocado na máquina de vidro.
Foto 36: o resultado final das “crimapgens”, prontas para instalação na máquina de vidro.
Agora, o cabo está pronto para ser instalado na máquina de vidro. Pegue a roldana e insira uma das “crimpagens” das pontas em uma das cavidades e enrole o cabo no sentido pertinente determinado pelo canalete. Faça o mesmo com a “crimpagem” da outra extremidade, notando que o cabo de aço é enrolado no sentido oposto. Quando um enrolamento estiver prestes a chegar no outro, insira a roldana no casulo e, em seguida, posicione o casulo na máquina de vidro para sua subsequente fixação com arame. Todo este procedimento é mostrado no vídeo 26 (note que o fundo do casulo foi lubrificado com graxa e isto é opcional).
Vídeo 26: enrolando o cabo de aço na roldana e inserindo no casulo da máquina de vidro.
Por fim, encaixe a “crimpagem” intermediária do cabo de aço no seu alojamento - a peça do vídeo 27 cujo nome eu não sei – e passe o cabo de aço pelas ranhuras da referida peça. Para tanto, force a tal peça plástica no sentido das setas (foto 37) para aumentar a separação das ranhuras (circuladas em vermelho na foto 37) ao mesmo tempo em que por ela passa-se o cabo de aço.
Vídeo 27: encaixando a crimpagem intermediária.
Foto 37: passando o cabo de aço pelas ranhuras.
Se não houver ranhuras nos pontos circulados em vermelho (a peça for fechada), faça a ranhura com um estilete, caso contrário não será possível a troca do cabo de aço pelo método de fundir as “crimpagens”.
(*) Como pode ser notado no vídeo, o porta escovas utilizado é aquele que estava danificado pelo superaquecimento e que foi posto de lado no momento em que retirei o eixo do induzido, conforme relatado anteriormente, constatando curto-circuito nos enrolamentos.
Entretanto, algumas semanas depois lembrei de uma pessoa que alguns anos antes recondicionara um induzido de motor de ventoinha de radiador para mim. Levei o induzido lá e o rebobinamento foi orçado em R$80,00. Conforme já ponderei anteriormente, a viabilidade financeira deste valor discutível. Mas optei por fazer assim mesmo e como esqueci de filmar a troca das escovas dos motores dos vidros elétricos que fiz manutenção, acabei por fazer as filmagens no porta-escovas danificado. Para minha surpresa, consegui fazer as escovas deslizarem adequadamente em seus alojamentos no porta-escovas e o conjunto levantador de vidro elétrico que estava condenado voltou à vida com o induzido rebobinado.
Foto 38: o induzido já rebobinado e o telefone para contato da pessoa que rebobina para quem tiver interesse (código de área 51).
O Sr. Lourenço também rebobina bombas elétricas, motores elétricos industriais, motores de ventiladores, induzidos de ventoinhas, furadeiras, estatores e induzidos de eletrodomésticos, etc... O local fica em uma transversal da Rua Padre Hell’s, quase na esquina com a Rua Padre Hell’s.
Voltando ao assunto sobre a rebobinagem de um motor de vidro elétrico, é a minha opinião - já mencionada - de que é financeiramente duvidosa. Porém, caso você tenha um opala em raro estado de conservação e originalidade, abro uma exceção e penso que a originalidade não deve ser maculada por um motor de vidro elétrico mais moderno. Neste caso, recondicione (minha opinião).
Última edição por opala4cc em Qua 22 Fev - 20:04:06, editado 1 vez(es)
Hoje à(s) 9:11:09 por Tonho_RS
» Tampão Caravan Diplomata
Ontem à(s) 18:50:37 por Müller
» Motor 4cil 2.8
Ontem à(s) 14:17:19 por LEOGC
» Opala Comodoro SL/E 89 com Kit Diplomata
Ontem à(s) 12:56:23 por bybecker
» Ferramenta para travar volante do opala
Ontem à(s) 11:33:01 por opala4cc
» Problemas com o Câmbio 4 Marchas Moderno
Ontem à(s) 8:42:36 por Bre4100
» Barulho na suspensão dianteira ME AJUDEM
Seg 25 Mar - 19:26:18 por jeniferdracena
» NUMERAÇÃO DE MOTOR
Seg 25 Mar - 16:30:13 por Tonho_RS
» chaves do opala
Seg 25 Mar - 4:34:52 por opaladiplomata.86