Tróia, Falcão Negro em Perigo, Hulk, Munich. Quem vê Eric Bana na telona sequer suspeita que em suas veias circula gasolina da mais alta octanagem. Como bom australiano, ele cresceu admirando os pilotos de turismo que corriam no épico autódromo de Bathrust – e aos quinze anos de idade, comprou o seu Ford Falcon XB por míseros 1100 dólares australianos. Carro que está com ele até hoje.
Love The Beast (2009) é o filme-documentário que mostra a relação de Bana com este automóvel. Uma história de velocidade, amizade, riscos, mas acima de tudo; um filme que eu recomendo para quem quer superar o estereótipo fácil, e realmente entender o que se passa na cabeça de um maníaco por carros.
Bana não era exatamente um bon-vivant quando adotou o Ford XB. “Eu sempre quis ser piloto na minha vida, mas como a maioria das pessoas, eu não tinha o dinheiro para isso. Mal podia pagar a gasolina do Falcon. Mas eu mantinha a minha carta de piloto sempre paga em dia, na esperança de que, caso eu tivesse os recursos para correr, eu o faria assim que possível”, declarou o ator à revista Hot Rod.
E este dia chegou, em 1996. Ele e seus amigos prepararam o carro, dentro das restritas limitações de orçamento, e competiram no rali de asfalto Targa Tasmania – terminando em uma impressionante terceira posição na categoria. Desde então, o amor à velocidade casou com o sucesso na carreira, resultando em competições a bordo de um Porsche 944 e uma réplica de GT2 turbinado. Eric chega a dizer que tudo orbita em torno da paixão pelo automobilismo – sua carreira torna-se apenas o catalisador que permite a realização deste sonho.
Mas o bom e velho Falcon XB sempre foi a argamassa, a essência, a fogueira campestre em torno do qual seus amigos se reúnem aos finais de semana, para trabalhar na garagem do pai de Bana e conversar sobre preparação – ritual que eles mantém há quase trinta anos. Se você tem algum carro modificado, sabe bem o que é isso.
E esta é a parte bonita do documentário. Jay Leno, o psicólogo de celebridades Dr. Phil e Jeremy Clarkson contribuem com depoimentos valiosos sobre esta relação com o automóvel – que deixa de ser um mero meio de transporte para ser algo a mais. Este filme é interessante para você mostrar para familiares, amigos e namoradas que não compreendem a paixão automotiva e a vêem como algo fútil.
E não faltam cenas de ação. O longa gira em torno da edição de 2008 do Targa Tasmania, para a qual Bana fez uma preparação extrema no Falcon. O carro recebeu tudo do melhor, dentro das restrições de regulamento. O final? Não quero estragar a surpresa.
Ficha Técnica
Motor: Preparado pela John Sidney Racing. Bloco Dart de 400 polegadas, compressão de 11,2:1, pistões forjados JE, virabrequim forjado Scat curso 3,750 polegadas, bielas de 6 polegadas Scat, comando roletado com 0,697 polegadas de levante, duração a .050 264/268, sistema de lubrificação a cárter seco Dick Johnson Racing, carburador Holley 4150 830cfm combinado à admissão Edelbrock Victor Jr. Bomba d’água elétrica Meziere, coletores dimensionados com tratamento cerâmico.
Transmissão: Tremec TKO de 5 velocidades, diferencial Ford 9″ com relação 3,50:1, autoblocante.
Suspensão: amortecedores Koni redimensionados, molas frontais com 900 libras de pressão, Watt’s link na traseira, buchas de poliuretano. Geometria frontal: entre -3 e -5 de cambagem, e 4 graus de cáster
Freios: Race Brakes Melbourne, com discos de 13,5 e 13 polegadas (frente/atrás), pinças da AP Racing com seis e quatro pistões, pastilhas Race Brakes RB74, distribuição de carga entre os eixos
Rodas e Pneus: Réplicas da Minilite com 17 polegadas, feitas pela Harry Witham Racing. Oito polegadas de largura na frente, nove atrás; pneus tipo track day 245/40 e 275/40
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=M3yXrs_7KSE
Gostei do filme também....é muito + um documetário que um filme ....não tem ação...mas pelo outroi lado tem emoção....pra quem gosta de carro...é realmente ligado a auto....consegue entender muita coisa.....
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