Acho que a pergunta já foi muito bem respondida, mas eu gostaria de fazer alguns comentários gerais adicionais.
Quando lançou o Omega, penso que a GM prestou um desserviço ao dar a entender que o Omega era um carro muito superior ao Opala. Isso ficou claro até no "apelido" Absoluto que a GM usou para promover o Omega.
As revistas sobre carros no Brasil, que nunca fizeram reviews isentos, rasgaram seda para o modelo novo (Omega), ao mesmo tempo que modelo velho (Opala) foi repentinamente acusado de mil defeitos.
Foi assim que a suspensão traseira independente o Omega foi apresentada como a última maravilha da tecnologia, enquanto a suspensão com eixo rígido do Opala foi mostrada como uma coisa obsoleta e até perigosa.
As revistas adoravam falar que a suspensão independente era ótima para pisos irregulares, como se fosse razoável fazer curvas a 140 km/h em estradas cheias de ondulações.
Essa sobrevalorização do Omega e desvalorização do Opala deixou marcas e, por isso, até hoje muita gente tenta usar no Opala as soluções técnicas usadas no Omega, como injeção de combustível, freio a disco e suspensão independente na traseira, etc., como se isso transformasse o Opala num carro melhor e "moderno".
Para sermos justos, cada tipo de suspensão tem suas vantagens e desvantagens. A suspensão independente é mais frágil, exige juntas universais (cruzetas ou cinéticas). E cá entre nós, em estradas boas, quando é possível andar em velocidade maior com segurança, não existe praticamente diferença entre as duas suspensões.
Um detalhe técnico confunde muita gente é a palavra "independente". Na verdade, não existe suspensão verdadeiramente independente. Nas suspensões ditas "independentes", a suspensão de uma roda afeta o comportamento da suspensão das outras rodas, já que a carroceria funciona como elemento de acoplamento entre as suspensões "independentes". Aliás, a maioria dos carros usa barra estabilizadora, que nada mais é que um elemento de acoplamento explícito entre as suspensões da roda esquerda e direita.
Em termos de robustez, a suspensão com eixo rígido é superior, mas também há casos em que a ação da supensão é melhor que a de uma suspensão independente. Veja, por exemplo, o comportamento off-road de um Jeep Cherokee com suspensão dianteira independente e com eixo rígido:
Para terminar e para não ser mal entendido, gostaria de dizer que considero a suspensão independente como uma solução excelente, mas somente se for bem projetada e implementada como, em geral, nos carros que já saem de fábrica com esse tipo de suspensão. Penso que adaptar uma suspensão independente num carro com suspensão original de eixo rígido é uma empreitada arriscada que não deveria ser tentada, a menos que a pessoa entendesse muito do que está fazendo.
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