Gasolina com 35% de Etanol

Olá!

Sobre essa nova mistura de 35% de Etanol que poderá chegar aos postos em breve, seria interessante mexer (aumentar vazao) nos gicleurs de baixa dos motores à gasolina? PL ainda está tramitando no Senado.

No meu caso é um 6Cil com DFV446 e vi que tem duas opções para os gicleurs de baixa: 47 (gasolina) e 65 (álcool).
Menciono os de baixa pois é onde uso 90% do tempo (cidade com pé leve).

Meu medo é ficar andando com mistura pobre e isso acarretar algum super aquecimento na camara de combustão.

Já sofro com entupimentos constantes nesses gicleurs e quando acontece de entupir apenas um deles, além do motor nao parar quieto, eu percebo que o escapamente esquenta muito, provavelmente por ficar com mistura pobre.

Obrigado!

Me parece que esse aumento de 8% não fará tanta diferença no acerto, mas os carburadores para gasolina que não são niquelados vão sofrer ainda mais.

Sim, de 27 para 35% é pouco.

Mas penso na época em que o DFV446 foi projetado.
Qual era a proporção de álcool na gasolina originalmente?
Segundo um dado que peguei na rede, de 1977 a 1992 a proporcao teria variado de 12% a 22%.

https://minaspetro.com.br/noticia/mistura-de-30-do-etanol-na-gasolina-pode-gerar-queda-de-r-003-litro-no-preco-medio-nos-postos-de-revenda/

Se o carburador foi projetado para 12%, no final da década de 70, com 35% a diferença é bem grande (23% a mais) e estaríamos muito fora do projeto original. Já com 27% estaríamos rodando totalmente fora do originalmente projetado.

Alguem teria a informacao se os gicleurs do 446 foram mudando ao longo do tempo para se adequarem à variação de álcool na gasolina?

Segue informações do catálogo weber para o 446:

No caso da calibração do 446 álcool, o giclê principal é 165, equivalente a 33 o da lenta é 80, equivalente a 16. São bem maiores que os do 446 gasolina. Acho que caso venha a aumentar a proporção de etanol, o negócio vai ser comprar giclês acima e ir testando o acerto, inclusive ponto de ignição.

Caso queira baixar a tabela, segue o link:

https://drive.google.com/file/d/1asym7ZmVaOB84EsoA0iV3hBHF0Sb0wAL/view?usp=sharing

Quando voltei usar 446, fiz questão de comprar uma nova niquelada justamente por causa dessa elevada quantidade de etanol para então recalibrar para rodar na gasolina. Notei nas tabelas disponíveis os gicles de lenta na medida 65 eram recomendados para os opala dos anos 70, além da versão álcool,  ja nos anos 80 algumas indicavam a lenta com gicle 47. No meu caso só ficou bom com gicle 65, pode ser devido ao aumento do etanol na gasolina e ao fato dele ser um motor 250s.

Uns 10 anos atraz tive a oportunidade de rodar com gasolina argentina (sem alcool) no opala, além do comportamento diferente consegui uma média superior a 1 km a mais por litro.

Paulo Corso escreveu:Quando voltei usar 446, fiz questão de comprar uma nova niquelada justamente por causa dessa elevada quantidade de etanol para então  recalibrar para rodar na gasolina. Notei nas tabelas disponíveis os gicles de lenta na medida 65 eram recomendados para os opala dos anos 70, além da versão álcool,  ja nos anos 80 algumas indicavam a lenta com gicle 47. No meu caso só ficou bom com gicle 65, pode ser devido ao aumento do etanol na gasolina e ao fato dele ser um motor 250s.

Uns 10 anos atraz tive a oportunidade de rodar com gasolina argentina (sem alcool) no opala, além do comportamento diferente consegui uma média superior a 1 km a mais por litro.

Sempre tive vontade de limpar uns 10 litros de gasolina pra ver como fica.

Muito complicado essa situação toda.
Vai exigir mais do acerto do motor com toda certeza.
Como mencionado e porcentagem era bem menor na época que esses nossos motores de Opala eram novos. Teríamos que ver algo de tabela até os últimos DFV na linha. Se não me engano é 89/90.

Eu na verdade pretendo quando injetar passar pro álcool direto, Os injetados originais vão perder mais media ainda, mesmo sendo flex.

Pensar que os americanos têm gasolina "pura". E cada qual escolhe o aditivo na loja de conveniência e aí faz a mistura.
Direto da bomba se não me falha memória o que tem de melhor em octanagem pra eles é E85. E aqui no Brasil E35 kkkkk

Eu tenho essa tabela data de maio/94.

RHCESPECIAL1974 escreveu:No caso da calibração do 446 álcool, o giclê principal é 165, equivalente a 33 o da lenta é 80, equivalente a 16. São bem maiores que os do 446 gasolina. Acho que caso venha a aumentar a proporção de etanol, o negócio vai ser comprar giclês acima e ir testando o acerto, inclusive ponto de ignição.

Caso queira baixar a tabela, segue o link:

https://drive.google.com/file/d/1asym7ZmVaOB84EsoA0iV3hBHF0Sb0wAL/view?usp=sharing

Olá, obrigado pelas informacoes!
Voce saberia me dizer o que essa numeracao equivalente quer dizer?

Concluindo depois de todos comentários, acho que o caminho vai ser experimentar.
Vou comprar um par de gicleurs de baixa 65 para testar.

Obrigado a todos!!

RHCESPECIAL1974 escreveu:

Paulo Corso escreveu:Quando voltei usar 446, fiz questão de comprar uma nova niquelada justamente por causa dessa elevada quantidade de etanol para então  recalibrar para rodar na gasolina. Notei nas tabelas disponíveis os gicles de lenta na medida 65 eram recomendados para os opala dos anos 70, além da versão álcool,  ja nos anos 80 algumas indicavam a lenta com gicle 47. No meu caso só ficou bom com gicle 65, pode ser devido ao aumento do etanol na gasolina e ao fato dele ser um motor 250s.

Uns 10 anos atraz tive a oportunidade de rodar com gasolina argentina (sem alcool) no opala, além do comportamento diferente consegui uma média superior a 1 km a mais por litro.

Sempre tive vontade de limpar uns 10 litros de gasolina pra ver como fica.

Então amigo, gasolina 100% pura é lenda, pois temos que considerar que o álcool adicionado a gasolina é para aumentar a octanagem, antigamente se fazia isso adicionando chumbo a gasolina, mas sabemos dos seus malefícios.

O volume necessário de álcool na gasolina para um funcionamento adequado no motor é de 10% a 12%, mais que isso é desnecessário, e menos que isso precisa ter um acerto específico do motor, como em alguns países europeus que tem apenas 5% de álcool adicionado.

A argentina tem 3 tipos de gasolina, que é chamada de NAFTA:
- Nafta Grado 1: (também chamada de normal) é uma gasolina de baixa octanagem, provavelmente não tem álcool adicionado e reza a lenda que pode conter chumbo, não deve ser usada em hipótese alguma por carros modernos;
- Nafta Grado 2 (também chamada de Super): é similar a nossa gasolina comum sem aditivos, tem praticamente a mesma octanagem da nossa gasolina comum;
- Nafta Grado 3 (também chamada de Premium): é similar às nossas gasolinas premium (Petrobrás Podium, Ipiranga Octapro, Shel V-Power Racing), por isso tem maior octanagem.

Em teoria as gasolinas argentinas grado 2 e grado 3 tem adição de álcool entre 10% e 12%.

Se um dia o amigo quiser "limpar" uns litros de gasolina para testar, deixe pelo menos 10% de álcool, para preservar a octanagem.

Gui Rizla escreveu:Muito complicado essa situação toda.
Vai exigir mais do acerto do motor com toda certeza.
Como mencionado e porcentagem era bem menor na época que esses nossos motores de Opala eram novos. Teríamos que ver algo de tabela até os últimos DFV na linha. Se não me engano é 89/90.

Eu na verdade pretendo quando injetar passar pro álcool direto, Os injetados originais vão perder mais media ainda, mesmo sendo flex.

Pensar que os americanos têm gasolina "pura". E cada qual escolhe o aditivo na loja de conveniência e aí faz a mistura.
Direto da bomba se não me falha memória o que tem de melhor em octanagem pra eles é E85. E aqui no Brasil E35 kkkkk

Amigo, acho que confundiu um pouco as coisas, essa denominação E85, E25, E10, etc, não tem relação com a octanagem, mas sim com a porcentagem de álcool adicionado ao combustível, por isso o E na frente do número, assim como alguns combustíveis tem o M adicionado na frente, pois nesse caso é adicionado metanol, como por exemplo M20 - 20% de metanol adicionado.

Nos EUA a gasolina também tem álcool adicionado, porém é em torno de 10% (E10), a diferença é que o álcool deles é proveniente de cereais, como o milho, quando o nosso álcool vem da cana-de-açúcar.

Aqui no Brasil nosso combustível é E18 a E27,5 onde podem ser adicionados de 18% a 27,5% de álcool na gasolina, mantendo-se o padrão de 27,5% para gasolina comum e comum aditivada e 25% para gasolina premium.

Essa gasolina E85 que você fala, é usado nos carros FLEX nos EUA e Europa, contem 85% de álcool e 15% de gasolina, pois são regiões muito frias e poderiam ter problemas usando apenas o álcool puro (E100), sendo que em alguns períodos do ano com inverno rigoroso, a gasolina E85 continua sendo vendida como E85, mas sua formulação passa a ser E70, 70% de álcool e 30% de gasolina, por conta das baixas temperaturas que podem ficar facilmente abaixo de 0ºC.

Prevejo que o futuro de nosso país, a gasolina será permitida apenas para veículos oficiais e de coleção, talvez os mais antigos também, e todo o resto terá que se contentar com o etanol. Tem seus prós e contras, mas não vejo como algo ruim, melhor manter um combustível acessível do que empurrar eletrificação em toda a população que não tem renda pra adquirir um carro elétrico.

O grande problema é fazer um motor à gasolina queimar etanol com eficiência, a maioria dos veículos anteriores à metade dos anos 2000 tem taxa de compressão muito baixa para o etanol. O Opala não é difícil de converter ao etanol, mas como vou fazer o Fusca rodar em etanol? E a Fielder? Não é todo carro que tem pistões de alta taxa de compressão disponíveis.

Ao contrário de muitos, dos opalas que tive, na gasolina tive mais problema de carburação do que no álcool.

Goettens escreveu:Prevejo que o futuro de nosso país, a gasolina será permitida apenas para veículos oficiais e de coleção, talvez os mais antigos também, e todo o resto terá que se contentar com o etanol. Tem seus prós e contras, mas não vejo como algo ruim, melhor manter um combustível acessível do que empurrar eletrificação em toda a população que não tem renda pra adquirir um carro elétrico.

O grande problema é fazer um motor à gasolina queimar etanol com eficiência, a maioria dos veículos anteriores à metade dos anos 2000 tem taxa de compressão muito baixa para o etanol. O Opala não é difícil de converter ao etanol, mas como vou fazer o Fusca rodar em etanol? E a Fielder? Não é todo carro que tem pistões de alta taxa de compressão disponíveis.

Antes de ficarmos tão dependentes do álcool, tem que resolver o problema com os usineiros, que preferem focar na produção de açúcar (mais lucrativa) do que o álcool (menos lucrativo). Se o álcool não funcionou no programa Pró-Álcool, com todo o incentivo da máquina governamental, acho difícil funcionar no futuro. Sem falar em todos os problemas que os carros com injeção direta estão tendo ao usar somente o álcool como combustível, inclusive em muitos manuais de carros, o próprio fabricante recomenda usar um tanque de gasolina a cada X tanques de álcool. Por essas e outras que não consigo ver a extinção da gasolina e outros combustíveis fósseis em um futuro próximo.

Apenas fazendo um adendo sobre o fusca, se tem um carro com uma oferta gigante de peças é ele, inclusive tivemos fuscas que saíram originalmente a álcool. A oferta de peças para o opala passa vergonha perto do fusca, pois foi um carro mundial, tem admiradores e fabricantes de peças em qualquer lugar dessa terra, ao contrário do opala que saiu só aqui e já tem uma oferta bem escassa de peças, chegando ao ponto de não encontrar mais o kit de embreagem dos modelos mais novos.

Tonho_RS escreveu:Por essas e outras que não consigo ver a extinção da gasolina e outros combustíveis fósseis em um futuro próximo.

É o que espero também, que a gasolina perdure por muitos anos, mas não se pode confiar no desgoverno brasileiro e suas ideias mirabolantes.

Pensando sobre a octanagem, atualmente com 18% a 27,5% de etanol, temos um mínimo permitido de 93 RON e supostamente 95 RON como padrão, provavelmente é variação resultante das porcentagens mínima e máxima de etanol. Com 35% de etanol, a octanagem deve subir pra 96 RON. A octanagem de nossa gasolina está no nível de gasolinas premium (era premium, essencialmente tornou-se a octanagem padrão em muitos países) de muitos outros países (91 AKI - 95 RON, se bem que eles alcançam este resultado com menos etanol), quando dentro de suas especificações, sua qualidade nos postos, no entanto, é outra história.

chevy250 escreveu:

RHCESPECIAL1974 escreveu:No caso da calibração do 446 álcool, o giclê principal é 165, equivalente a 33 o da lenta é 80, equivalente a 16. São bem maiores que os do 446 gasolina. Acho que caso venha a aumentar a proporção de etanol, o negócio vai ser comprar giclês acima e ir testando o acerto, inclusive ponto de ignição.

Caso queira baixar a tabela, segue o link:

https://drive.google.com/file/d/1asym7ZmVaOB84EsoA0iV3hBHF0Sb0wAL/view?usp=sharing

Olá, obrigado pelas informacoes!
Voce saberia me dizer o que essa numeracao equivalente quer dizer?

Concluindo depois de todos comentários, acho que o caminho vai ser experimentar.
Vou comprar um par de gicleurs de baixa 65 para testar.

Obrigado a todos!!

Nas tabelas DFV e Weber, as numerações são de números baixos, por exemplo um giclê principal número 31 DFV/Weber, na tabela Magneti Marelli será 155. Pelo que vi, basicamente para converter basta multiplicar o número DFV/Weber por 5 para achar o número Magneti Marelli. No caso dos Brosol, as numerações são altas também.