Este passo-a-passo tem por objetivo o recondicionamento da válvula do ar quente do opala, tanto do modelo com condicionador de ar quanto do modelo sem condicionador de ar, uma vez que a única diferença entre as duas peças consiste unicamente na alavanca da haste de acionamento. Assim sendo, abrange todos os opalas desde 1969 até 1992 que foram equipados com o dispositivo do ar quente.
A VÁLVULA
O acionamento deste tipo de válvula é puramente mecânico e é exatamente pelo fato de ser puramente mecânico que sua recuperação é relativamente fácil e plena (existem válvulas acionadas por vácuo, eletricidade, etc..., cuja recuperação com certeza seria mais difícil, se não impossível).
O defeito mais comum notado é o vazamento do líquido de arrefecimento pela haste de acionamento do êmbolo. Outro defeito - talvez ainda mais comum porém não notado - é o deterioramento do vedante do êmbolo (ao contrário do que eu pensava anteriormente, existe um vedante no êmbolo), também feito de borracha nitrílica, responsável pelo fechamento interno da válvula e que impede a circulação do líquido quente de arrefecimento pelo radiador do sistema de ar quente.
Um problema bastante recorrente neste dipositivo mas que não deve ser considerado "defeito" é seu entupimento/emperramento, que ocorre por desleixo do proprietário em relação ao líquido de arrefecimento. Como não é uma inconformidade oriunda do desgaste da peça, não é necessariamente "defeito". Desaconselho tentativas de desemperrar a válvula injetando óleo em seu interior concomitante com o acionamento forçado do dispositivo. Tal procedimento pode destruir o vedante do pistão caso este ainda esteja aproveitável. Pior: se na tentativa de forçar o desemperramento forem aplicados mordentes de alicarte na haste de acionamento, o recondicionamento se torna definitivamente inviável. Acredito que a melhor abordagem seria comprar aqueles líquidos de limpar radiador que se propõem a remover a corrosão das paredes das galerias (e que devem ser removidos do sistema de arrefecimento após alguns dias). Retire a válvula do carro e deixe-a submersa em um recipiente com água mais o aditivo de limpeza pelo tempo recomendado pelo fabricante do limpador. Aquele "barro" no interior da válvula é essencialmente particulado de ferrugem. Se o limpador de radiador remove exatamente isso, então com certeza ajudará a dissolver a causa do emperramento. Se não resolver, experimente aquecer a válvula dentro de um recipiente com água até perto dos 80~90 graus e com ela quente, dê umas pancadinhas leves com ela em uma superfície dura e tente acionar a válvula aos poucos. Obviamente que tais medidas só são vantajosas se a válvula não estiver apresentando vazamentos externos de líquido de arrefecimento. No caso de já estar vazando, não há alternativa senão o recondicionamento.
ADVERTÊNCIA
Antes de começar a descrição do procedimento de recuperação/recondicionamento, quero fazer uma advertência: independentemente da quantidade de líquido que a válvula de seu opala/caravan esteja vazando, recomendo enfaticamente que você não faça a intervenção na válvula que está no seu carro. Compre uma outra válvula para servir de cobaia (obviamente usada, pois se ainda existissem novas em abundância, este passo-a-passo não teria muito sentido). Se você não for bem sucedido no procedimento de recuperação, vai ficar em uma situação ainda pior do que a anterior, já que as mangueiras do sistema de ar quente terão de ser isoladas do arrefecimento para que o carro possa ser utilizado. Alguns proprietários podem achar melhor manter a válvula vazando um pouco do que correr o risco de ter o sistema desativado enquanto que outros podem preferir arriscar um tudo ou nada. Por isso, acredito ser a melhor estratégia comprar uma segunda válvula para sofrer a intervenção, de modo a se ter uma "salvaguarda". Também pode ocorrer uma mancada por inexperiência/inabilidade durante o procedimento de recuperação e, dependendo da mancada, pode inutilizar a válvula em recuperação. Essa não é uma hipótese remota. Como nunca vi nenhuma descrição de procedimento de recondicionamento da válvula do ar quente até hoje, acredito que este passo-a-passo é novidade a todos. Portanto, é bastante razoável supor que quem for tentar estará fazendo pela primeira vez. Não é o meu caso. Já recuperei com sucesso uma válvula bastante judiada e ela esteve no meu carro mais de 8 meses sem um pingo de vazamento, sendo este o motivo que me fez levar adiante a descrição deste procedimento. A peça mostrada nas fotos é, na verdade, a válvula que estava originalmente no meu carro e foi substituída para o teste da primeira que recondicionei. Portanto, a peça do passo-a-passo foi minha "segunda vez".
RECUPERAÇÃO DA VÁLVULA
A peça pertence a um comodoro com condicionador de ar, ano 1992. Seu problema era unicamente o "famoso" vazamento pela haste de acionamento do êmbolo. Como pode ser visto por comparação entre a foto 1 e a foto 2, a despeito do vazamento, a haste de acionamento não estava emperrada.
Foto 1: a válvula do jeito que foi retirada do carro.
Foto 2: a alavanca de acionamento movimenta a haste.
A foto 3 mostra o resíduo de aditivo de radiador (vermelho) escorrido a partir do eixo de acionamento.
foto 3: indício de válvula vazando pela haste de acionamento.
Antes de abrir a peça, inspecione visualmente a região circulada na foto 4 em busca de amassamentos. Amassados não inviabilizam o conserto, mas demandam uma etapa a mais, que é o desamassamento antes da remontagem. É importante mencionar que uma válvula com o corpo muito amassado que esteja emperrada pode ter aí a origem do emperramento. Se um amassado for muito profundo ele pode bloquear o movimento do êmbolo, interno à válvula, na extremidade da haste de acionamento. Inspecione também a superfície da haste de acionamento (foto 4A, circulado em vermelho). Se houver rebarbas ou quaisquer outras imperfeiçÕes oriundas de mordentes de alicate, desista do recondicionamento e parta para outra peça.
foto 4: inspecionando amassados profundos.
foto 4A: a superfície da haste de acionamento não pode conter imperfeições.
Prenda a válvula na morsa através da sua placa, no ponto indicado na foto 5. Não prenda do jeito mostrado na foto, pois o metal dourado da válvula é latão e é muito dúctil. Por isso, os mordentes da morsa amassarão a peça facilmente exatamente na região circulada na foto 4 ou, ainda pior, no anel de latão mostrado mais adiante que faz a prensagem da válvula com a placa.
Foto 5: as abas metálicas.
Pegue uma chave de fenda pequena e um martelo e bata com o martelo na chave-de-fenda fazendo a fenda levantar as quatro abas metálicas, conforme indicado na foto 6. Levante o MÍNIMO POSSÍVEL as abas, pois este latão além de dúctil, também é quebradiço. Levante apenas o necessário para poder separar a placa metálica. Como será necessário posteriormente voltá-las à posição original, quanto mais você desentortá-las, maior a chance de quebrá-las. É o mesmo comportamento do clipse de prender folhas de papel: após desentortá-lo, a tentativa de entortar de novo pode quebrá-lo.
foto 6: levantando as abas metálicas com a chave de venda pequena.
Foto 7: as abas metálicas já levantadas o suficiente para sair a placa.
Separe a parte da válvula que contém os canos e a parte que contém a placa.
Foto 8: a válvula se separando da placa.
Conforme visto na foto 9, as abas foram desentortadas o MÍNIMO POSSÍVEL.
Foto 9: as abas do anel que são de suma importância.
Na foto 10, pode ser vista a outra parte da válvula com alguns dos componentes do eixo de acionamento: o êmbolo, seu vedante, o retentor externo e o disco metálico circular.
Foto 10: alguns componentes da haste de acionamento.
A foto 11 mostra o anel circular que agrega as abas. Este anel fica solto, mas não deve ser separado da válvula. Deve ser deixado como está na foto.
Foto 11: não forçar a retirada do anel metálico com abas!
Guarde por enquanto o vedante externo (foto 12) e inspecione a sede onde ele era alojado, em busca de ovalização ou danos que impeçam nova vedação. Este vedante é de excelente qualidade, já que nunca vi válvula de ar quente de opala perder a estanqueidade por ele. É claro que a justiça deve ser feita: é um vedante estático. Não pode ser comparado com o vedante dinâmico da haste de acionamento do êmbolo, que é o local por onde tradicionalmente vaza. Infelizmente ele não voltará a fazer parte da válvula, mas poderá vir a servir de molde para confecção de outro.
Foto 12: guarde temporariamente o vedante.
Foto 13: detalhe do vedante externo original (este não será mais recolocado).
Desatrele da haste de acionamento a alavanca de acionamento. Em seguida, passe a haste de acionamento pelo furo na placa até que saia (foto 14).
Foto 14: separando a haste de acionamento e a placa.
Agora, remova os componentes atrelados à haste de acionamento do êmbolo com exceção do êmbolo plástico (foto 14), que NÃO deve ser separado da haste! Guarde bem a posição deles! Principalmente da arruela plástica (foto 14), que tem lado correto, devendo ser remontada exatamente na mesma posição em que estava. O vedante do êmbolo (foto 14), se estiver em boas condições, pode ser lavado em água quente e sabão neutro. Se estiver enrijecido, ressecado, quebradiço ou deformado, deve ser descartado. Nesse caso, mais adiante, ele será substituído por anel o'ring de viton, que é de maior durabilidade do que a borracha nitrílica.
A foto 15 mostra, circulado em vermelho, o vedante da haste de acionamento, que é o grande vilão dos problemas de vazamento que acometem as válvulas de ar quente de opalas/caravans. Ele também será substituído por anel o'ring de viton.
Foto 15: o vilão responsável pelo vazamento pela haste de acionamento do êmbolo. Xô, Demônio!
A foto 16 mostra que a região da haste de acionamento por onde desliza o vedante não contém irregularidades, rebarbas ou quaisquer outros defeitos em sua superfície, confirmando que a válvula é recondicionável.
Foto 16: haste em perfeitas condições.
As peças circuladas em vermelho na foto 17 foram banhadas no "bagulho sinistro" (ver http://www.opaleirosdoparana.com/t41153-limpeza-do-carburador-solex-brosol-3e e http://www.lojadomecanico.com.br/produto/4071/32/379/121/abrilhantador-drp-bril-1kg-radnaq-8030). Ainda na foto 17, "1" é o anel o'ring de viton que substituirá o vedante da foto 15 e "2" é o anel o'ring de viton que substituirá o vedante que aparece nas fotos 12 e 13. "3" é a arruela metálica original (que será remontada na válvula) e "4" é uma aruela igual a "3" (bem... "quase" igual!) que fará um sanduíche com a original. A arruela adicional se fez necessária porque o anel de viton "1" desta foto, não tem as dimensões ideais para substituir o vedante da foto 15. Existe uma gama de medidas de anéis de viton que são comerciais e existem aqueles cujas medidas não são comerciais. Nesse caso, seria necessário mandar fazer. Não tem nada de mais. Sai um pouco mais caro, mas nada exorbitante. Na verdade, eu gastaria muito mais em combustível ou passagem de ônibus me deslocando do que adquirindo-o. Como optei por comprar o anel que tinha à pronta entrega por ser de medida comercial, tive de usar essa arruela extra para garantir a vedação. Mas poderia ter mandado fazer na medida ideal. Nesse caso, o anel "1" seria 3,68 X 2,00.
Em Porto Alegre, todos os anéis o'ring (comerciais ou sob encomenda) aqui utilizados podem ser comprados na Casa das Gaxetas ( https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=casa+das+gaxetas+porto+alegre ), foto 18.
O anel "1" tem a referência "2007-VM" e sua especificação é 70 SHORE A 3,68 X 1,78 mm viton marrom. (R$0,30 a unidade, preço de junho de 2016). O anel "2" tem a referência "2021-VM" e sua especificação é 70 SHORE A 23,52 X 1,78 mm viton marrom. (R$1,00 a unidade, preço de junho de 2016).
A título de informação, "SHORE" é uma grandeza de dureza e "A" é uma das escalas dessa grandeza. Nas dimensões citadas, o primeiro número é o diâmetro interno do toróide e o segundo número é o diâmetro da seção do toróide. Um exemplo é mostrado na foto 19, para o anel o'ring "2021-VM". "VM" significa "viton marrom". O viton também pode ser verde e até preto, como a borracha nitrílica.
Foto 17: inventário de componentes da válvula.
Foto 18: a Casa das Gaxetas.
Foto 19: especificação de medida de anel o'ring.
Observação: Quero deixar bem claro neste momento que a aplicação destes anéis o'ring NÃO SEGUE A NORMA TÉCNICA para uso e seleção de anéis o'ring. Por norma, este tipo de vedante costuma ser colocado em uma canaleta para que ali fique alojado. A partir da dimensão da canaleta é selecionado o anel o'ring. Portanto, ao adotar este procedimento de recuperação de válvula de ar quente, você estará assumindo total e tacitamente todo e qualquer risco de prejuízo financeiro/pessoal direto e indireto, a você ou a terceiros que possa ocorrer de um recondicionamento mal sucedido, pouco durável ou inadequado. Isso inclui a possibilidade de fundir o motor pela perda de líquido de arrefecimento através da válvula.
Particularmente, eu gostaria de postar esse passo-a-passo depois de uns 5 anos de uso bem sucedido da primeira válvula recondicionada, pois considero esse período como a durabilidade mínima razoável/aceitável. Entretanto, com a mentalidade de que todo mundo tem o direito de tentar/arriscar, que a válvula de ar quente não é um dispositivo que opera em caráter primário e que esse passo-a-passo pode fomentar aprimoramentos no processo de recuperação da válvula por parte de outros, torno público este procedimento.
É claro que os vedantes originais já desgastados podem ser copiados com exatidão pela própria Casa das Gaxetas (só o vedante do êmbolo eu não sei se eles copiariam), com material melhor ou igual ao original. Porém, estes seriam feitos sob encomenda para o cliente e o preço - apesar de não ser absurdo - é mais alto. Se um anel o'ring custou R$0,30, copiar o vedante original sai uns R$10,00. É claro que a viabilidade econômica da recuperação da válvula ainda será plena e altamente vantajosa. Eu apenas optei por utilizar algo padronizado e que havia a pronta entrega. Quem estiver em algum grande centro urbano com certeza deve ter em sua cidade algum estabecimento comercial similar à Casa das Gaxetas, capaz de fornecer as peças necessárias. Onde houver indústria, haverá quem trabalhe com materias de vedação industrial para suprir as demandas deste tipo de cliente.
Em lugar do anel o'ring "2021-VM" - se assim for desejado - pode ser usado um sanduíche de vedante de câmara de pneu de automóvel, tomando como molde o vedante original que foi guardado na desmontagem.
A foto 19A mostra o vedante original, o anel o'ring e os vedantes feitos com câmara de pneu (que devem ser instalados dois vedantes superpostos caso se opte pelo material com câmara de pneu). Mas você decide. É uma chinelagem usar o vedante de pneu, mas funciona. Na primeira válvula de ar quente que recondicionei, usei a superposição de dois vedantes de câmara de pneu porque eu não tinha o anel o'ring à mão com a medida necessária para aquele local. Isso foi feito em dezembro de 2015 e a válvula está perfeita até agora (julho de 2016). Contudo, acredito que o viton é mais durável nessa função.(*)
Foto 19A: escolha entre os tipos de vedação.
Coloque o vedante escolhido na peça mostrada na foto 19B (no caso da foto, escolhi o anel o'ring).
Foto 19B: o anel o'ring "2021-VM" em seu local.
Coloque o anel de viton "2007-VM" na cavidade central do disco metálico, seguido das duas arruelas metálicas e por fim a arruela plástica, conforme mostrado na foto 20. Nas fotos 21, 22, 23 e 24 é mostrada a mesma sequência etapa por etapa.
Foto 20: sequência esquemática de montagem.
Foto 21: o anel o'ring colocado sobre o disco.
Foto 22: a primeira arruela colocada sobre o anel o'ring.
Foto 23: a segunda arruela colocada sobre a primeira.
Foto 24: a arruela plástica colocada sobre a segunda arruela, preservando a mesma posição em que estava na desmontagem.
Se o vedante original do êmbolo da haste acionadora estava ruim, substitua-o pelo anel o'ring código "10421-V" (70 SHORE A 11,5 X 2,70mm, preço desconhecido pois já tinha ele em casa a mais tempo), conforme a foto 25. A despeito de ser de cor preta, este anel não é borracha nitrílica, é viton.
Foto 25: se estiver ruim, retirar da haste o vedante original e posicionar o o'ring "10421-V".
Passe um pouco de vaselina na haste acionadora do êmbolo e introduza as peças da foto 20 na haste acionadora (foto 26) mantendo a sua sequência.
Foto 26: remontando a haste acionadora com seus componentes em sequência.
Coloque o conjunto da haste acionadora na outra parte da válvula (foto 27).
Foto 27: inserindo a haste acionadora em seu alojamento na válvula.
Centre bem direitinho o disco metálico da haste, certificando-se de que o anel o'ring não saiu do lugar. Faça a haste acionadora passar pelo furo da placa como na foto 30. Encaixe a ponta da haste acionadora no furo da alavanca acionadora.
Foto 28: o disco da haste acionadora perfeitamente centrado.
Toda e qualquer superfície que estiver em contato com qualquer vedante, via de regra, precisa estar limpa, livre de qualquer particulado solto, pois podem prejudicar a eficiência da vedação.
Foto 29: a placa da válvula precisa estar limpa, livre de detritos.
foto 30: passando a haste pelo furo na placa, fase final da montagem.
Encaixe as abas nas fendas da placa e gire a placa de modo que ela mantenha um ângulo "ALFA" entre a placa e o cano curvo (mostrado na foto 31) muito parecido com o que a válvula tinha de fábrica. Se o anel que tem as abas metálicas não estiver ovalizado ou amassado, ele girará permitindo o acerto do ângulo.
Foto 31: acertando o ângulo.
Preste muita atenção: este momento é crítico! Use dois alicates de trava para apertar a parte da válvula que contém os canos contra a parte que contém a placa. Os mordentes dos alicates devem pegar na placa e no anel que agrega as abas metálicas, mas não nas abas metálicas. Porém, ambos os alicates devem ser cuidadosamente regulados para que seus modentes NÃO ESMAGUEM/DEFORMEM O ANEL!!! Mais uma vez eu repito, ele é muito dúctil!
Foto 32: posicionando os alicates-trava.
Regule-os apenas o suficiente para que ao apertarem se travando, as duas partes da válvula fiquem o mais próximas possível. Isso pode ser visto pela fresta "A" da foto 33, que deve ser a menor possível.
Foto 33: diminuir o máximo possível as frestas "A" antes de dobrar as abas, selando de vez a peça.
Note que os mordentes dos alicates de trava mordem a placa na região entre as abas, conforme evidenciado na foto 34. Por baixo, devem pegar no anel e por cima na placa, na região entre as abas!
Foto 34: local na placa onde os mordentes dos alicates de trava devem pressionar (entre as abas).
Com os alicates travados mantendo as peças na posição, use um terceiro alicate para dobrar as quatro abas metálicas, sempre cuidando para não esmagar por baixo o anel de latão (foto 35).
Após curvar bastante as abas deixando-as quase que completamente fechadas contra a placa, solte um dos alicates-trava e use-o com cuidado para terminar de dobras as abas até que suas pontas fiquem encostadas na placa.
As fotos 36 e 37 mostram o resultado. A válvula está pronta para teste no veículo. O teste se faz com o veículo parado na oficina ou na garagem de casa, dando-se partida ao motor e monitorando-se constantemente a válvula em busca de vazamentos pelo eixo da acionamento, mangueiras e a prensagem das abas contra a placa, até que a ventoinha ligue. Quando tal acontecer, acione a válvula do ar quente no painel do carro, abrindo-a totalmente. Verifique novamente se há vazamentos e abra e feche algumas vezes a válvula antes de concluir que o recondicionamento foi bem sucedido. A técnica descrita neste passo-a-passo foi bem sucedida com um sistema de arrefecimento à pressão de 15PSI (15Lbf/pol 2).
Foto 35: dobrando as abas e selando de vez a válvula.
Foto 36: a válvula pronta para teste.
Foto 37: outro ângulo da válvula já pronta para teste no veículo.
Se o vedante do êmbolo estava inaproveitável e foi substituído pelo anel o'ring código "10421-V", há um pequeno efeito colateral que precisa ser mencionado. A alavanca de controle de abertura da válvula do ar quente no painel central do carro, ao ser deslocada para a posição de fechamento (para a esquerda), não atingirá totalmente o final do curso, conforme a foto 38. Isso não significa em absoluto que a válvula não fechou completamente. Tampouco acarretará em menor aquecimento do habitáculo quando na posição totalmente aberta. Isto se sucede unicamente por causa da geometria do novo vedante (o o'ring). Na verdade, nenhum dos dois vedantes, tanto o original quanto o substituto em viton, veda 100% mesmo. Mas vedam perto de 100% desde que estejam em boas condições. O vedante de viton é tão eficiente quanto o original de fábrica em estado de novo.
Não tente modificar o curso da alavanca mexendo na regulagem do cabo de comando para que a alavanca vá até o final do curso. Duvido que adiante e você ainda pode quebrar alguma pecinha dentro do painel. Apenas o curso da haste de comando na válvula ficou um pouquinho menor, não tem nada de mais. No meu carro usando a válvula atual em que substituí a vedação pelo o'ring, no dia mais frio do ano, abrindo totalmente a válvula e ligando em média velocidade o ventilador do ar quente, em poucos minutos já sinto calor e desconforto. Portanto, é melhor ter este efeito colateral na alavanca com o novo vedante do que tentar manter o vedante original do êmbolo em más condições, já que essa condição ruim vai permitir que o líquido de arrefecimento circule sempre pelo radiador de ar quente, indepente da alavanca estar na posiçõa fechada ou aberta, o que também é prejudicial ao motor por prolongar o período de aquecimento até a temperatura de trabalho na partida a frio.
Foto 38: a alavanca de controle de abertura do ar quente na posição de válvula totalmente fechada, não atingindo o final do curso à esquerda.
(*) a válvula deste passo-a-passo, onde foi usado o anel o'ring "2021-VM", foi colocada em junho de 2016 no carro e até o momento está sem vazamentos.
Agradecimentos:
Ao "Máfia Opala", pela doação da válvula que serviu de cobaia no primeiro recondicionamento;
Ao colega "Rubão6cc", que achou e intermediou a doação da válvula doada pelo "Máfia Opala".
Aos admininstradores do fórum, que mantêm este espaço público e gratuito aos admiradores deste automóvel que conquistou a minha afeição.
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