6.3 - Segunda Lei do Condicionamento de Ar Automotivo:
"O fluxo de refrigerante é proporcional à DIFERENÇA de pressão entre a entrada a saída do tubo de orifício".
Mais uma vez, quero deixar bem claro que a Segunda Lei também não é uma lei física, mas apenas uma propriedade do sistema de refrigeração. Estou chamando essa propriedade de "Lei" apenas para destacar sua importância como orientadora no estudo do desempenho do sistema de AC.
Na verdade, o fluxo de refrigerante depende não só do diferencial de pressão, como das dimensões do tubo de orifício. Quanto maior o diâmetro do orifício e menor o comprimento do tubo, maior será o fluxo de refrigerante para uma dada diferença de pressão entre entrada e saída. No sistema de AC do Opala, as dimensões do tubo de orifício são fixas, portanto, o que acaba determinando o fluxo de refrigerante é apenas a diferença de pressão
entre entrada e saída.
Podemos fazer aqui um paralelo com uma torneira de água, já que o refrigerante quando passa pelo tubo de orifício está em forma líquida, também. O vazão de água da torneira é proporcional à diferença entre a pressão de entrada (cano) e a de saída (atmosfera). Uma diferença entre a torneira e o tubo de orifício é que numa instalação doméstica típica, a pressão de entrada é mais ou menos constante, enquanto no tubo de orifício, a pressão diferencial varia bastante. Outra diferença é que a torneira tem uma manopla que permite alterar o diâmetro da passagem da água, e assim controlar a vazão, enquanto o tubo de orifício tem dimensões fixas.
Como diz a Segunda Lei, o fluxo de refrigerante é dado pela diferença de pressão na entrada e na saída do tubo de orifício. Que pressões são essas? No sistema de AC do Opala, a pressão na entrada do tubo de orifício é praticamente igual à pressão de descarga do compressor. Aliás, todo o trecho que vai da saída do compressor, passa pelo condensador e chega ao tubo de orifício, é chamado de linha de alta pressão e geralmente se considera que a pressão é a mesma em todos os pontos.
Da mesma forma a pressão na saída do tubo de orifício, evaporador, acumulador e entrada (sucção) do compressor estão numa pressão mais ou menos igual. Esse trecho todo constitui a chamada linha de baixa pressão.
CONCLUSÕES:
- As pressões na entrada e saida no tubo de orifício são, respectivamente, as pressões nos trechos de alta e baixa pressão do sistema
- O tubo de orifício está submetido a pressões iguais à de descarga e sucção do compressor
- O fluxo de refrigerante é proporcional à diferença entre a pressão de descarga e de sucção do compressor
Nesse ponto, não deve ter mais dúvida de que o compressor é o responsável pela criação do diferencial de pressão no tubo de orifício, que determinará qual será o fluxo de refrigerante que entra no evaporador.
Quando o sistema de AC está desligado, a pressão em todo o sistema é a mesma, diz-se que a pressão está equalizada. A pressão de equilíbrio do sistema é a pressão de saturação do refrigerante, que depende fortemente da temperatura ambiente. Para uma temperatura ambiente de 27 ºC, a pressão de saturação do MO49 Plus é de aproximadamente 100 psi (88 psi para o R-134a e 85 psi para o R-12).
Quando o compressor está parado, não há diferença de pressão entre a entrada e a saída do tubo de orifício e não há fluxo de refrigerante, mas quando o compressor começa a funcionar, a pressão de sucção cai e a pressão de descarga sobe em relação à pressão inicial de equilíbrio. E quanto maior a rotação do compressor, maior é o diferencial entre a pressão de sucção e a de descarga.
A figura abaixo ilustra como as pressões se desbalanceiam cada vez mais conforme sobe a rotação do compressor:
Quanto maior a rotação, maior a diferença entra as pressões e maior o fluxo de refrigerante pelo orifício e pelo sistema. Podemos entender melhor agora porque o desempenho de um sistema de AC aumenta com a rotação do compressor. Essa melhoria de desempenho não vem do aumento da rotação em si, mas do aumento do fluxo de refrigerante. É como se o compressor servisse para criar um diferencial de pressão que empurrasse o fluxo refrigerante através do tubo de orifício.
Na verdade, o compressor também tem a função muito importante de criar as condições termodinâmicas para o fluido refrigerante retornar à forma líquida depois de se vaporizar ao passar pelo evaporador. Se não fosse necessário o reaproveitamento do refrigerante, seria perfeitamente possível fazer um sistema de AC sem compressor e condensador!
Um sistema de AC sem compressor e condensador teria apenas um tanque de refrigerante, o tubo de orifício e o evaporador. Até o acumulador seria desnecessário!
Um sistema sem compressor e condensador poderia funcionar assim: o refrigerante é injetado no evaporador através do tubo de orifício e depois de se vaporizar no evaporador, é descartado para a atmosfera.
Note que a pressão dentro do tanque de refrigerante seria em torno de 100 psi, enquanto a da atmosfera é de 0 psig. Haveria, portanto, um diferencial natural de pressão para movimentar o refrigerante, tornando desnecessário um compressor para funcionar como uma bomba de refrigerante.
É interessante saber qual a quantidade de refrigerante consumido por um "sistema" desses. Supondo um consumo de 10 gramas/segundo, o sistema consumiria 36 kg/hora. Se fosse usado um tanque de refrigerante com capacidade igual à do tanque de gasolina de um Opala, ou seja, 82 litros, o refrigerante armazenado seria suficiente para uma viagem de pouco mais de 2 horas.
Obviamente, um sistema de AC automotivo sem compressor e condensador é inviável por razões econômicas e ambientais. Entretanto, do ponto de vista técnico, seria perfeito, pois o sistema de AC não desviaria potência do motor e teria desempenho pleno até mesmo com o carro parado e motor desligado!
Para quem acha que refrigeração sem compressor é uma idéia maluca, essa mesma idéia é usada na prática nos chamados sprays congelantes, muito usados pelos técnicos de eletrônica para testar circuitos com defeito intermitente:
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